top of page

Qualidade dos Serviços

7
fev

Rotas e horários: a Transcotta é eficaz?

por Amanda Sereno e Ana Clara Oliveira

A Transcotta, empresa de transporte público de

Mariana, atualmente, possui 34 carros circulando

de segunda a sexta-feira e mais 10 carros de reforço

que entram nos horários de maior demanda.

Segundo o gerente administrivo da empresa, Welton

Geraldo Pena, há linhas que passam por hospitais

de Mariana e, de acordo com o número de

passageiros existem itinerários que ligam os

bairros ao centro da cidade.

 

Ao ser questionado sobre os atrasos dos ônibus,

Welton afirmou que “há atendimento regular de

acordo com as necessidades da população local”,

apesar de 70% dos entrevistados terem afirmado

que não há cumprimento dos horários. Ele também

assegura a pontualidade dos motoristas com o

objetivo de atenuar as situações de atrasos: "Os

motoristas são orientados a realizar com

pontualidade os itinerários que lhes são incumbidos,

de modo a minorar situações de lotação e atrasos".

 

Os atrasos, segundo Welton, seriam eventuais e por

motivos exteriores à empresa, como em horários de

pico, devido ao congestionamento causado por

diversos ônibus fretados de mineradoras. Welton

disse também que há quatro fiscais durante o trajeto,

o que foi confirmado pela  cobradora Fernanda Reis,

21 anos. Ela relatou que há fiscais fixos no centro,

na rodoviárioa e nos pontos finais, no entanto eles fiscalizam “de vez em quando”.

 

O representante da Transcotta afirmou que  os horários dos ônibus são disponibilizados à população na própria empresa, via telefone e pelos veículos de comunicação. Em declaração, a empresa se dispôs a solucionar e esclarecer as reivindicações - que não são poucas -  feitas por cidadãos que utilizam o transporte público, “tentando sempre que plausível prestar seu serviço da melhor maneira possível”.

 

 Números de ônibus aos fins de semana é insuficiente aos usuários

 

“Quando preciso ir a Ouro Preto no sábado, tanto a lazer, quanto a trabalho, já sei que terão poucos ônibus e horários irregulares", diz o estudante da UFOP, Richard Dias. Tanto ele como tantos outros passageiros enfrentam o mesmo problema quando precisam utilizar o transporte público em Mariana, Ouro Preto e distritos, aos fins de semana.

 

Apesar de o número de passageiros diminuir aos sábados, domingos e feriados, muitas pessoas são prejudicadas devido à redução dos horários, principalmente aqueles que têm família, amigos ou trabalham em outra cidade/distrito. A rota Mariana-Saramenha, por exemplo,  aos domingos não tem horário disponível.

 

O gerente administrativo da Transcotta, Welton, declarou que aos finais de semana há redução no número de carros para 24 por conta de uma redução da demanda. A diminuição do fluxo de passageiros passa por acompanhamento mensal para ver se há a necessidade de aumento na frota ou não.

7
fev

Transporte alternativo X Transporte público coletivo

Por causa da alta tarifa do transporte público em Mariana e Ouro Preto, muitas pessoas procuram meios alternativos para se deslocarem entre as duas cidades. Assista o vídeo onde usuários falam da diferença do transporte alternativo X transporte público coletivo e das dificuldades que eles precisam enfrentar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

10
fev

Inconfidência urbana: superlotação e segurança no serviço de transporte público da região

 

por Edmar Borges e Priscilla Santos

Anabella Damasceno, 26, mora em Mariana, trabalha quatro dias por semana em Ouro Preto e diz não suportar a lotação dos veículos de transporte. Na sua opinião, nunca foi tão urgente um investimento maior nesse setor. “Os ônibus lotam muito rápido e se você não consegue entrar, ou se prefere não subir para não ficar amarrotado lá dentro, precisa esperar o próximo, que vai chegar atrasado e vai demorar até deixar você no seu destino”, ela conta. “Como você pode confiar no transporte público se tem um horário a cumprir no emprego?”.

 

A dúvida de Anabella também é a de muitos outros usuários do sistema. Para além dos problemas de cumprimento dos horários, no entanto, é preciso se atentar ainda às normas nacionais estabelecidas para essas situações. Número limite de passageiros de pé, quantidade de veículos na frota, intervalo entre os horários previstos e manutenção da qualidade do serviço são primordiais na busca pelo bom desempenho. De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a oferta da frota deve ser medida a partir da relação de veículos/habitantes. Além disso, deve ser levada em consideração a idade média dos ônibus, que é inversamente proporcional à população do município. Ou seja, quanto maior a cidade, menos tempo os veículos permanecem em circulação e, quanto menos eles rodam, mais confortáveis e seguros eles se mantêm. Dessa forma, estima-se que em cidades com menos de 100.000 habitantes, como Mariana e Ouro Preto, os veículos permaneçam em uso durante muitos anos, aumentando a possibilidade de falhas mecânicas e colocando em risco a segurança dos usuários. É importante ressaltar que em alguns dos trechos feitos pela empresa, como a linha Mariana/Ouro preto, o ônibus passa por estradas rodoviárias, potencializando a ocorrência de acidentes mais graves diante de uma falha mecânica.

 

 

Em julho de 2011, um veículo da Transcotta, empresa que realiza o serviço de transporte coletivo na região, perdeu uma roda ao passar pela Rua do Catete, em Mariana, onde o fluxo de automóveis já é intenso. Ao ser questionado pelo jornal "Ponto Final", William Oliveira, então diretor da empresa, afirmou que os ônibus passam por manutenção periodicamente e que esse problema foi causado pelo rolamento interno da roda, que fundiu (veja aqui). O que isso quer dizer? Quais as providências imediatas? No caso do usuário se sentir lesado de alguma forma, a empresa se responsabiliza? Que a culpa não é da Transcotta, mas do acaso imprevisível?

 

Qualidade e desempenho: segurança para quem

Diferente do que muitos acreditam, os termos “qualidade” e “desempenho” não têm o mesmo significado para fins oficiais de análise do sistema nacional de transporte. Enquanto o desempenho é a medida, quantitativa ou qualitativa, de um aspecto particular do sistema, como a quantidade de passageiros num determinado percurso, a qualidade é a percepção do usuário acerca desse aspecto. Ou seja, a comunidade como um todo espera da empresa de transporte coletivo o mínimo de conforto, praticidade e segurança que merece pelo dinheiro que desembolsa diariamente para pagar a passagem, assim como a empresa, munida desses valores, deve retornar o serviço com o desempenho esperado, de forma a oferecer a qualidade que é de direito dos usuários. Pelo menos na teoria. Na prática, por outro lado, não é necessário mais do que uma breve pesquisa e poucos minutos de conversa com os usuários para perceber que a história é outra.

 

A experiência semanal vivida pelo estudante de Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, Guilherme Franco, 22, exprime muito bem as principais características da relação qualidade/desempenho no serviço oferecido pela Transcotta. Morador de Ouro Preto, ele realiza algumas disciplinas no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), campus da UFOP localizado em Mariana, e utiliza o transporte público apenas uma vez por semana para se locomover entre as duas cidades. No entanto, mesmo diante da menor dependência do serviço, Guilherme apresenta queixas que se assemelham a de muitos usuários mais frequentes. “Eu fico esperando, sempre, porque ele (o ônibus) sempre atrasa. Chego na hora exata, porque sei que vou ter que esperar de qualquer jeito”, Guilherme conta. “Costumo ir ao meio-dia, quando ele enche mais rápido, e sofro por quem tem que passar por isso todos os dias".

 

Guilherme e Anabella não estão sozinhos nessa. Várias pessoas, de variadas idades e com suas respectivas relações de dependência com o trasporte público da região foram entrevistadas para a construção dessa matéria, todas com queixas muito semelhantes. E se você pretende ligar para a empresa Transcotta para sanar suas dúvidas, desista: eles raramente atendem no seu número de telefone mais conhecido, o 3557-1810.

 

 

Índice de Passageiros por Km

 

A capacidade máxima de passageiros no percurso citado é de 29 usuários sentados, sem qualquer informação sobre a quantidade permitida de usuários em pé. Porém, o limite aceitável segundo a legislação brasileira, é de até seis passageiros em pé por metro quadrado. O Índice de Passageiros por Km (IPK) é o indicador de maior recorrência para a medição da produtividade do sistema. Quando esse índice é muito elevado, algo que geralmente acontece em horários de pico, ele acusa uma alta relação de passageiros por metro quadrado, indicando perda de conforto.

 

Fizemos o teste no serviço oferecido pela empresa Transcotta no trajeto entre as cidades de Mariana e Ouro Preto, que dura mais de 30 minutos e passa por rodovias. Durante três dias úteis seguidos, por volta das 13 horas, obtivemos a média de 2 passageiros/m². Por volta das 22 horas, entretanto, esse número se aproxima de 3 passageiros/m². Nos finais de semana, nos mesmos horários, a taxa reduz praticamente pela metade.

 

Embora se encaixe em um limite aceitável, esse índice é um pouco maior que o de muitas cidades ainda mais populosas que Mariana e Ouro Preto, segundo pesquisas da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), o que exige maior quantidade de veículos na frota da empresa. Como solução para essa intensa demanda, a empresa oferece um reforço em horários de pico (como por volta das 18h, quando os usuários estão saindo do trabalho ou da escola). O veículo passa aproximadamente dez minutos após o ônibus do fluxo usual nesses turnos.

 

Relação de horários x passageiros/m²

bottom of page